Com base nos dados da RAIS 2021 (Relação Anual de Informações Sociais) do Ministério do Trabalho e Previdência (MTP), foi analisada a evolução dos Empregos e do Perfil dos Trabalhadores em Atividade de Teleatendimento no Estado do Paraná.
Alguns destaques dos dados são:
• O número de trabalhadores no período de 2006 a 2021 cresceu 172,54%, passando de 7.778 para 21.198, com a criação de 13.420 empregos. Neste período, constatou-se queda em apenas cinco anos: 2007 (-11,67%), 2010 (-0,48%), 2012 (-2,65%), 2017 (-0,59%) e 2021 (-2,82%). Entre 2017 e 2021 verificou-se aumento de 37,04%, com a geração de 5.729 postos de trabalho, apesar das quedas de 2017 e 2021;
• Regionalmente, a categoria estava concentrada em dois municípios, Curitiba (91,3%) e Londrina (4,0%), somando 95,3%;
• A remuneração média em dez/2021 foi de R$ 1.447,37, aumento de 167,23% sobre 2006, quando foi de R$ 541,62. Considerando que a inflação acumulada pelo INPC no período de 2007 a 2021 foi de 138,26%, então a remuneração média teve aumento real de 12,16%;
• Os trabalhadores nas Atividades de teleatendimento no Estado do Paraná estavam concentrados em poucas Ocupações da CBO (Classificação Brasileira de Ocupação): Operador de telemarketing ativo e receptivo (58,1%), Assistente administrativo (7,1%), Operador de telemarketing receptivo (6,8%), Cobrador interno (4,3%), Operador de telemarketing técnico (3,3%) e Supervisor de telemarketing e atendimento (3,2%). Juntas, estas seis ocupações respondiam por 82,8% do total de trabalhadores do setor.
• Em 2021, o Perfil dos Trabalhadores nas Atividades de Teleatendimento no Paraná foi o seguinte:
✓ Com relação ao sexo, o masculino representava 29,2% do total e o feminino 70,8%. Os trabalhadores do sexo masculino receberam remuneração média (R$ 1.626,15) 18,39% maior que a remuneração média percebida pelas trabalhadoras do sexo feminino (R$ 1.373,51);
✓ Faixa etária: as faixas com maiores participações no total foram de 18 a 24 anos (45,1%), de 25 a 29 anos (21,8%), de 30 a 39 anos (20,3%) e de 40 a 49 anos (8,5%) – que receberam a maior remuneração média (R$ 1.856,49). Juntas, as quatro faixas somavam 95,7%;
✓ Grau de instrução: os trabalhadores estavam concentrados em três faixas: Médio completo (79,8%), Superior completo (9,5%) e Superior incompleto (8,4%). Juntas, as faixas representavam 97,6% do total. A maior remuneração média foi paga aos trabalhadores com Mestrado (R$ 4.230,69);
✓ Faixa de tempo no emprego: no total as faixas com maiores representações foram: até 1 ano (55,8%), de 1 a 2 anos (18,4%) e de 2 a 3 anos (10,8%), concentrando 85,0% dos trabalhadores, evidenciando a alta rotatividade do setor. Os trabalhadores com 10 anos ou mais de emprego recebiam a maior remuneração média (R$ 3.397,10);
✓ Faixa de horas contratuais semanal: a maioria dos trabalhadores se concentravam nas faixas de 31 a 40 horas (77,0%) e de 41 a 44 horas (19,9%); e
✓ Faixa de tamanho da empresa: constatou-se que a maioria dos trabalhadores do setor está em empresas maiores, com mais de 1.000 vínculos (68,5%), de 500 a 999 vínculos (10,6%), de 100 a 249 vínculos (6,7%) e de 250 a 499 vínculos (5,2%), concentrando 91,1% dos trabalhadores;
✓ Faixa de rendimento em dez/2021: no total, 78,0% estavam na faixa até 1,50 salário-mínimo, 13,3% recebiam de 1,51 a 3,00 salários-mínimos, que juntas totalizavam 91,3%. Apenas 1,4% dos trabalhadores recebiam mais de 5,00 salários-mínimos.
O estudo completo foi desenvolvido pelo DIEESE.
SINTTEL-PR – A FORÇA DO TRABALHADOR TELEFÔNICO CONECTANDO O MUNDO.