Parcela do rendimento dos trabalhadores cai, enquanto lucros sobem. Composição afasta Brasil das economias desenvolvidas e evidencia as desigualdades do país.
O peso dos lucros de negócios e de outros ganhos fica cada vez maior no Produto Interno Bruto (PIB) enquanto a porção dos salários e contribuições dos trabalhadores vem caindo no Brasil desde 2017. Em 2016, a renda dos assalariados chegou ao pico: 44,7% do PIB. Desde então, caiu abaixo de 40%, afastando o Brasil do perfil das economias mais desenvolvidas e evidenciando a alta desigualdade.
Estatísticas da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne as economias mais avançadas, mostram que os países mais desenvolvidos têm participação da remuneração dos empregados mais próximas de 50%. É de 48,2% na Zona do Euro, na União Europeia, chega a 53,8% nos EUA, 50,6% no Reino Unido. Já nos países em desenvolvimento, essa parcela cai bastante, abaixo dos 40%, como agora é o caso do Brasil. Fica em 37% no Chile, 34% na Colômbia e 26,9% no México.