A maior parte dos usuários de internet no Brasil (62%) tem acesso à rede somente pelo celular. Dos 149 milhões de usuários (81% da população), 92 milhões só navegam na web e utilizam serviços digitais por meio de smartphones. Os dados são da TIC Domicílios 2022, pesquisa divulgada nesta terça-feira, 16, pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).
Realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), o estudo mostra que o uso da internet apenas pelo celular é maior entre as mulheres (64%), pretos (63%) e pardos (67%) e indivíduos que pertencem às classes sociais DE (84%).
O uso do smartphone como única forma de acessar à rede também é predominante entre aqueles que possuem Educação Infantil ou são analfabetos (92%) e pessoas de 60 anos ou mais (75%), além de moradores das áreas rurais (78%).
“Onde há indícios de barreira à internet é onde temos as maiores proporções de usuários que acessam somente pelo celular, como as classes DE e as zonas rurais”, afirmou o coordenador da TIC Domicílios, Fabio Storino, em coletiva de imprensa online.
A pesquisa também mostra que 95% dos usuários de internet (142 milhões de pessoas) acessam à web diariamente ou quase todos os dias. Nas classes A (93%) e B (91%), a taxa de usuários assíduos passa dos 90%. O percentual cai para 81% na classe C e 60% nas classes DE.
Por outro lado, 36 milhões de pessoas não acessam à internet de nenhuma forma no País. O grupo é mais consistente nas áreas urbanas (29 milhões), com grau de instrução até o Ensino Fundamental (29 milhões), pretos e pardos (21 milhões), das classes DE (19 milhões) e com 60 anos ou mais (18 milhões).
Os principais motivos apontados por aqueles que nunca navegaram na web são a falta de interesse (35%) e a falta de habilidades com computador (26%). Outros 15% disseram que o preço é um impeditivo de acesso.
Domicílios
No caso dos domicílios, a presença da internet ficou estável entre 2021 (82%) e 2022 (80%) – a diferença fica dentro da margem de erro da pesquisa. Com isso, o acesso à rede – seja via banda larga fixa ou plano de dados móveis – é feito em 60 milhões de lares do País.
Nota-se que há conexão em 100% das residências da classe A. O percentual cai gradualmente conforme o padrão financeiro das famílias: 97% na classe B; 87% na classe C; e 60% nas classes DE.
As conexões via cabo ou fibra óptica são as mais comuns no País. As tecnologias estão presentes em 38 milhões de domicílios.
O estudo também mostra que 15 milhões de domicílios não têm nenhum tipo de acesso à rede. O preço do serviço (28%) e a falta de habilidade (26%) são os principais motivos da não conexão.
Realizada anualmente desde 2005, a edição atual da TIC Domicílios foi feita com 20.688 indivíduos e 23.292 lares brasileiros. Por meio de entrevistas presenciais, a coleta dos dados ocorreu de junho a outubro do ano passado.
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