O esgarçamento do tecido social brasileiro, promovido pelos grupos políticos que ascenderam ao poder nos últimos anos, é profundo. E, mais do que reconstruir, será necessário construir o país a partir de novas bases, da solidariedade e da empatia, da melhor distribuição de renda e riqueza, da ciência como pilar do desenvolvimento, da participação popular e dos movimentos sociais nos processos decisórios do país.
Os primeiros sinais do atual governo são positivos, tendo em vista a diversidade na composição dos ministérios e a (re) criação de grupos de trabalho interministeriais, com participação da sociedade civil organizada.
Contudo, é preciso aguardar a efetividade das ações prometidas e algumas já iniciadas, como a do combate ao desmatamento e ao garimpo ilegal na Amazônia, um novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) visando à retomada do investimento público e privado de forma coordenada, uma nova política de valorização do salário mínimo e a valorização dos serviços e dos servidores públicos.
Apesar desse cenário desafiador, o Banco Central do Brasil, em direção contrária ao que se poderia esperar, tem insistido na manutenção da taxa básica de juros (Selic) em patamar elevado, mesmo com o arrefecimento dos índices de inflação, o que dificulta a retomada do crescimento econômico10. Com a Selic a 13,75% ao ano, o Brasil ocupa hoje o primeiro lugar entre os países com as maiores taxas reais de juros do planeta (descontada a inflação).
É imperativo realinhar a política monetária e cambial, executada pelo Banco Central, à política econômica definida pelo governo democraticamente eleito, em prol do crescimento e desenvolvimento econômico11. Para isso, além de retomar o controle sobre o Banco Central, com a revogação da Lei Complementar nº 179/2021, que trata da autonomia do BC, é preciso democratizar o Conselho Monetário Nacional (CMN), com a participação de mais atores da sociedade, incluindo representantes dos trabalhadores e do setor produtivo, pois os rumos da moeda, do crédito e da política de juros precisam ser definidos por um grupo que retrate os interesses de toda a sociedade.
Veja a análise completa no Boletim de Conjuntura nº 37- FEV/MAR de 2023 em:
https://www.dieese.org.br/boletimdeconjuntura/2023/boletimconjuntura37.html
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